terça-feira, 22 de novembro de 2022

Grupo de Trabalho de Comunicação quer tirar EBC e Correios da lista de privatizações e fala em "BBC brasileira"

  

Grupo de Trabalho de Comunicação quer tirar Empresa Brasil de Comunicação (EBC) da  lista de privatizações e fala em "BBC brasileira".

www.brasil247.com -
(Foto: EBC | Marcos Oliveira/Agência Senado)
 

 As duas empresas entraram na mira do ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, em meio a uma lista de dezenas de empresas públicas ameaçadas de desestatização pela política neoliberal do atual governo. A proposta, entretanto, enfrenta ampla resistência de setores trabalhistas, populares e acadêmicos especialistas no assunto.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a pesquisadora Helena Martins, integrante do GT e professora do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC), explicou que o debate ainda será amadurecido dentro do grupo, que, assim como os demais GTs da transição, trabalha atualmente em um diagnóstico da sua respectiva área da administração federal para produzir um relatório final que será entregue ao futuro governo.

A ideia é que a gestão Lula assuma a presidência tendo um raio X da atual situação do Poder Executivo federal, que passou por diferentes reformas administrativas nos últimos anos, com deslocamento e junção de órgãos, bem como com o desmonte de uma série de políticas públicas.

"Há uma compreensão da necessidade de uma empresa pública de comunicação. O próprio Lula falou isso na campanha, [falou] que o Brasil precisa ter uma BBC. Tem todo um cenário hoje de produção audiovisual diversificada, espalhada nas periferias do Brasil, etc. A própria OCDE fez um relatório sobre análise de radiodifusão e telecomunicações e colocou como uma das recomendações para que o Brasil venha a integrar a OCDE, o fortalecimento do seu sistema público [de comunicação]", argumenta Helena Martins.

"Sendo assim, não teria o menor sentido o Brasil caminhar no contrário disso, inclusive no contrário do que diz a Constituição em relação à complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal. Então, há uma perspectiva forte de se afirmar o caráter público da EBC", emenda Helena, ao citar o artigo 223 da Carta Magna.

Criada em outubro de 2007, durante a segunda gestão Lula (2007-2010), a EBC nasceu para dar materialização a esse princípio constitucional. A empresa teve a criação chancelada, primeiro, pela Medida Provisória (MP) 398 e, na sequência, pelo Decreto nº 6246. Aprovada pelo Congresso Nacional, a MP se converteu depois em Lei nº 11.652/2008, que oficializou o nascimento da estatal.

Ficaram a cabo da EBC os canais de rádio e TV que até então eram administrados pela Radiobras, estatal extinta naquele ano.  Atualmente a estatal responde pela TV Brasil, além de diferentes rádios e portais. A empresa viveu um desmonte especialmente entre os governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2018-2022), com extinção do Conselho Curador, política permanente de censura e perseguição a jornalistas, entre outros problemas relacionados ao aparelhamento político da estatal.  

"Além disso, a mistura que o governo Bolsonaro fez entre TV Brasil e NBR [TV de perfil governamental], acabando com o caráter público da EBC, é uma mistura muito criticada, por tudo que foi dito e visto até aqui", acrescenta Helena Martins.

A meta de privatizar a empresa surgiu, então, como o ápice do movimento de desmonte que tem atingido a EBC. Apesar de carecer ainda de uma decisão final do GT das Comunicações, a retirada da estatal da lista de privatizações tende a receber espaço no relatório final que será produzido pelo grupo.

Na última sexta-feira (18), Helena Martins declarou, em sua conta no Twitter, que ainda não há decisões definitivas a esse respeito, mas que o assunto está sendo discutido.

A equipe tem se reunido diariamente no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), desde o último dia 11. A rotina dos trabalhos inclui a escuta de uma série de interlocutores de órgãos integrantes da arquitetura do universo da comunicação no âmbito da administração. Já foram ouvidos pelos especialistas, por exemplo, a Secretaria de Radiodifusão, a Secretaria de Telecomunicações e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Manuel Baigorri.

Assine o 247, apoie por Pixinscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: 

Grupo de Trabalho de Comunicação quer tirar EBC e Correios da lista de privatizações e fala em "BBC brasileira"

"Há uma perspectiva forte de se afirmar o caráter público da EBC", disse a pesquisadora Helena Martins, integrante da equipe de transição do governo Lula

www.brasil247.com -
(Foto: EBC | Marcos Oliveira/Agência Senado)
 

Cristiane Sampaio, Brasil de Fato - O Grupo de Trabalho (GT) de Comunicação que integra a equipe de transição de governo vem discutindo a retirada dos Correios e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) da lista de privatizações. 

PUBLICIDADE

As duas empresas entraram na mira do ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, em meio a uma lista de dezenas de empresas públicas ameaçadas de desestatização pela política neoliberal do atual governo. A proposta, entretanto, enfrenta ampla resistência de setores trabalhistas, populares e acadêmicos especialistas no assunto.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a pesquisadora Helena Martins, integrante do GT e professora do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC), explicou que o debate ainda será amadurecido dentro do grupo, que, assim como os demais GTs da transição, trabalha atualmente em um diagnóstico da sua respectiva área da administração federal para produzir um relatório final que será entregue ao futuro governo.

A ideia é que a gestão Lula assuma a presidência tendo um raio X da atual situação do Poder Executivo federal, que passou por diferentes reformas administrativas nos últimos anos, com deslocamento e junção de órgãos, bem como com o desmonte de uma série de políticas públicas.

"Há uma compreensão da necessidade de uma empresa pública de comunicação. O próprio Lula falou isso na campanha, [falou] que o Brasil precisa ter uma BBC. Tem todo um cenário hoje de produção audiovisual diversificada, espalhada nas periferias do Brasil, etc. A própria OCDE fez um relatório sobre análise de radiodifusão e telecomunicações e colocou como uma das recomendações para que o Brasil venha a integrar a OCDE, o fortalecimento do seu sistema público [de comunicação]", argumenta Helena Martins.

"Sendo assim, não teria o menor sentido o Brasil caminhar no contrário disso, inclusive no contrário do que diz a Constituição em relação à complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal. Então, há uma perspectiva forte de se afirmar o caráter público da EBC", emenda Helena, ao citar o artigo 223 da Carta Magna.

Criada em outubro de 2007, durante a segunda gestão Lula (2007-2010), a EBC nasceu para dar materialização a esse princípio constitucional. A empresa teve a criação chancelada, primeiro, pela Medida Provisória (MP) 398 e, na sequência, pelo Decreto nº 6246. Aprovada pelo Congresso Nacional, a MP se converteu depois em Lei nº 11.652/2008, que oficializou o nascimento da estatal.

Ficaram a cabo da EBC os canais de rádio e TV que até então eram administrados pela Radiobras, estatal extinta naquele ano.  Atualmente a estatal responde pela TV Brasil, além de diferentes rádios e portais. A empresa viveu um desmonte especialmente entre os governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2018-2022), com extinção do Conselho Curador, política permanente de censura e perseguição a jornalistas, entre outros problemas relacionados ao aparelhamento político da estatal.  

"Além disso, a mistura que o governo Bolsonaro fez entre TV Brasil e NBR [TV de perfil governamental], acabando com o caráter público da EBC, é uma mistura muito criticada, por tudo que foi dito e visto até aqui", acrescenta Helena Martins.

A meta de privatizar a empresa surgiu, então, como o ápice do movimento de desmonte que tem atingido a EBC. Apesar de carecer ainda de uma decisão final do GT das Comunicações, a retirada da estatal da lista de privatizações tende a receber espaço no relatório final que será produzido pelo grupo.

Na última sexta-feira (18), Helena Martins declarou, em sua conta no Twitter, que ainda não há decisões definitivas a esse respeito, mas que o assunto está sendo discutido.

A equipe tem se reunido diariamente no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), desde o último dia 11. A rotina dos trabalhos inclui a escuta de uma série de interlocutores de órgãos integrantes da arquitetura do universo da comunicação no âmbito da administração. Já foram ouvidos pelos especialistas, por exemplo, a Secretaria de Radiodifusão, a Secretaria de Telecomunicações e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Manuel Baigorri.

Assine o 247, apoie por Pixinscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: 

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Lima: curiosidades, gastronomia e hotelaria da capital peruana

 

Por Thayná Rodrigues — Lima, Peru

 

Palácio de Justiça do Centro Histórico: vista do Hotel Sheraton, de Lima — Foto: Divulgação/Marriott Internacional

Palácio de Justiça do Centro Histórico: vista do Hotel Sheraton, de Lima — Foto: Divulgação/Marriott Internacional

Quer conhecer uma cidade com um dos climas mais atípicos do mundo, onde (quase) nunca chove? É só considerar Lima como destino de sua próxima viagem. O curioso fenômeno meteorológico da capital peruana ocorre devido à sua localização entre a costa do Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, o que dificulta a formação de nuvens carregadas. De dezembro a março, o mormaço é certo. E, nos outros meses se vê, quando muito, uma leve garoa.

A geografia colabora para manter pontos turísticos como a Huaca Pucllana, um sítio arqueológico de argila preservado desde os anos 700 depois de Cristo. Ele fica em meio a prédios contemporâneos do bairro de Miraflores, onde se encontra outro atrativo favorecido pela falta de chuva: o Larcomar, um shopping a céu aberto com vista para o mar.

Situado numa área nobre de Lima, Miraflores é um dos bairros mais indicados para hospedagem da capital do Peru. Ali estão bons restaurantes, pontos turísticos, como o famoso Parque del Amor, com mosaicos coloridos que remetem aos de Antoni Gaudí em Barcelona, e o recém-inaugurado Parque Chino.

Vizinho de Miraflores, Barranco tem arte, boemia e gastronomia.

— Se o viajante gosta de arquitetura, tem palácios lindos, construções do século XX. Se gosta de arte, há museus, como o de arte contemporânea (MAC) e o Pedro de Osma, um casarão de estilo francês que pertencia à família do filantropo, que colecionava objetos de arte dos séculos XVI ao XVIII. E um dos restaurantes que fazem sucesso por aqui é o Isolina, com comidas típicas — informa o guia turístico Carlos Falconí.

O Centro Histórico de Lima, onde está localizada a Plaza Mayor ou Plaza de Armas, decretada Patrimônio Mundial pela Unesco, tem recebido um olhar atento do governo.

— Ruas do entorno da praça têm sido pavimentadas e vão virar calçadões — conta Pablo Torres, guia da prefeitura.

Quarenta e uma quadras serão pavimentadas, ganhando nova sinalização e rampas de acesso para pessoas com deficiência. Há a intenção de atrair mais turistas para Lima, que por anos serviu apenas de passagem para quem tinha foco em Cusco e Machu Picchu.

Trunfo à mesa

Conhecida como a capital gastronômica da América do Sul, Lima tem os ceviches como carros-chefes. É possível encontrar a iguaria em mercados municipais ou em restaurantes sofisticados, que propõem ainda outras combinações de cortes de peixe com ingredientes locais. Um exemplo é o tiradito de salmón con leche de tigre, prato do restaurante La Vista, do hotel JW Marriott, em Miraflores.

Tiradito de Salmón con leche de tigre, do restaurante La Vista, do JW Marriott — Foto: Divulgação

Tiradito de Salmón con leche de tigre, do restaurante La Vista, do JW Marriott — Foto: Divulgação

Quem pisa no país pela primeira vez também não pode deixar de experimentar o pisco, a bebida obtida da fermentação do mosto de uvas. Um drinque feito com ela custa 39 soles (cerca de R$ 52) no restaurante Maras, do hotel The Westin Lima, em San Isidro. Para ter a melhor sensação ao beber, alguns garçons orientam:

— No primeiro gole, é importante bochechar, em seguida engolir e, devagar, puxar o ar para dentro da boca — orienta um funcionário do bar El Salar, no Westin.

Para relaxar

Sendo um importante foco de turismo no continente, Lima conta com uma boa oferta hoteleira, com a presença de grupos internacionais como o Marriott, que oferece ótimas opções na cidade.

Um deles é o The Westin, cujo destaque entre os serviços de bem-estar é seu Heavenly Spa (veja fotos abaixo). Em 17 salas, são oferecidos tratamentos restauradores e relaxantes, entre eles massagens em piscinas termais.

Já o Sheraton, localizado no centro histórico, é indicado para viagens empresariais ou de delegações: tem 437 quartos, além de amplas salas para conferências e reuniões.

O JW Marriott tem uma localização privilegiada, em frente ao calçadão e ao mar da Costa Verde, um bufê caprichado no restaurante La Vista e o JW Market, uma delicatessen com opções especiais de café, pioneira na rede.

Documentos exigidos

Turistas brasileiros não precisam de passaporte nem de visto para aterrissar em Lima. Apenas o RG (em bom estado) já serve como identificação.

Mas alguns documentos têm sido exigidos por conta da pandemia: um documento (“declaración jurada”) informando que o passageiro não tem sintomas de Covid-19, que o viajante preenche no site djsaludviajero.minsa.gob.pe/dj-salud, além do comprovante de vacinação com a primeira dose de reforço de vacina inclusa.

Ao chegar ao Aeroporto Internacional Jorge Chávez, que fica em Callao (a 11 km de Lima), o viajante também precisará informar o endereço de onde ficará hospedado e qual será a data de saída do país.

*A repórter viajou a convite da Marriott International

Veja fotos das paisagens e de comidas típicas de Lima, no Peru: